Insônia Renitente

Hoje acordei às sete horas da manhã, e quando chegou às sete horas da noite, o pensamento era o mesmo. Continua até agora. Não pára. E não fiz e nem irei fazer qualquer esforço para parar. Porque até a chuva não parou.

Eu disse ao meu médico que não me importava com a dor e nem em prolongar a minha insônia, contanto que ele desse um jeito nela. Mas não foi dessa vez, não, mesmo havendo viabilidade. Talvez ele tenha desconfiado que sem os remédios eu daria mais trabalho, até concordo, mas pelo menos não haveria mais remédios para eu tomar. No mínimo iria ficar alguns dias sem dormir, mas até ai.

Eu gostaria de saber, o quê uma pessoa faria se estivesse há quase um ano usando Rivotril para dormir, e, repentinamente, sua insônia voltasse. A sensação é bastante desanimadora, é como perder o chão literalmente. Se houver algum tipo de céu, certamente irei para lá. Atualmente passo pelo seguinte processo: a dor leva-me até o desespero, e os remédios afastam-me dele. Meu organismo perdeu até a dignidade com isto. E eu só preciso que meu sono seja mais generoso comigo.

Domingo de Páscoa

Chove torrencialmente em Floripa, por um lado até é bom porque não estou com a mínima vontade de sair de casa. Fico a pensar em silêncio nas possibilidades, fico a moldar estruturas com pontos extremos e flexíveis. Às vezes irrito-me com esta calmaria inconsciente. Embora prefira isto do que insuportáveis ansiedades. Eu mal me conheço e já tenho compromisso com o desconhecido. Dispenso o hábito de olhar para as horas em troca de balas de morango. Escuto do you know what it means [to miss New Orleans]. O amanhã é tão cheio de surpresas e tortas de limão. Fico a querer arrastar meus passos e ao mesmo tempo acelerá-los. Está quase no fim os analgésicos, daqui a pouco já posso jogar a cápsula vazia no lixo e voltar ao ritmo normal das coisas. Se é que ainda possuo um ritmo padrão. A parte boa é que eles amenizam a dor das despedidas tão presente por estes dias. Porque mesmo acordada ainda estou dormindo. Todos vão embora, menos o meu silêncio. Então, retorno para as possibilidades.

O Início

Eu já havia começado um blog antes, mas não dei continuidade. Daí todo mundo falava... "Faraco, escreve o que você manda por e-mail pra gente!" E concondo que é um monte de bobagens... Algumas cópias de outros blogs... Algumas coisas que sinto... E coisas que tenho vontade de falar mas na maioria das vezes é melhor escrever... É isso!